O ex-prefeito de São Jose do Calçado, na região do Caparaó, Alcemar Lopes Pimentel, foi condenado a 24 anos de prisão, sem a possibilidade de recorrer em liberdade, pelo mando no assassinado do vereador Warley Lobo Teixeira. O crime ocorreu no município em 2010.
O julgamento, realizado em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, durou 26 horas e foi encerrado por volta das 13h40 desta quarta-feira (18). O acusado de ser o intermediário do crime, Enéias Borges, também foi julgado e condenado a 23 anos de prisão, sem a possibilidade de recorrer em liberdade.
Os familiares do vereador, que acompanharam o julgamento do início ao fim consideraram a sentença satisfatória e saíram do fórum com a sensação de dever cumprido. Eles também parabenizaram o trabalho do Grupo Especial de Trabalho em Persecução Penal dos Crimes Dolosos contra a Vida e de Auxílio aos Promotores de Justiça das Varas Criminais do Tribunal do Júri (GETPEJ), do Ministério Público do Estado (MPES), que não deixou brechas para questionamento no júri.
Alcemar e Enéias foram condenados por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Vereador assassinado
O vereador foi assassinado por volta de 21h15 do dia 21 de fevereiro de 2010, após estacionar o carro na Praça Governador Bley, próximo à residência dele, em São José do Calçado.
As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público apontaram que o crime havia sido encomendado, já que o vereador havia denunciado irregularidades cometidas pelo então prefeito ao MPES e ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com a denúncia, Warley pretendia entregar um dossiê comprovando atos de improbidade praticados pelo ex-prefeito aos promotores de Justiça. Entre a contratação do executor pelo mandante e o assassinato, o MPES e a polícia apuraram que se passaram 15 dias.
Depois de ser preso em flagrante, Fernando Mauricio de Souza confessou que havia cobrado R$ 30 mil para assassinar o vereador. Após atirar em Warley, o executor fugiu em uma moto, que quebrou a poucos quilômetros de onde havia ocorrido o homicídio. O intermediário, que estaria acompanhando toda a ação, teria dado fuga a Fernando em um carro. O executor foi condenado a 19 anos de prisão em 2012.
Já o ex-prefeito foi preso no município de Bicas, em Minas Gerais, uma semana após ter fugido.