Campos dos Goytacazes
Em Campos, seca já mata bois e prejudica safra de cana de 2025
Desde 2015, o Brasil não enfrenta uma seca igual a atual. A longa estiagem já é considerada a maior da história recente. A crise está por todo lugar. Em Campos, a pasta municipal da Agricultura informa que a pecuária é o primeiro segmento a sentir o efeito. Na agricultura, a produção de cana para a safra 2025, por já ter cana morrendo no campo, é impossível uma previsão positiva, neste atual momento de crise climática tão severa. Os especialistas em mercado preveem que a carne bovina, o feijão, a laranja, açúcar e outros alimentos devem ficar mais caros; o alívio no campo deve acontecer só em novembro.
“Estamos muito preocupados. Tem cana grande morrendo. O plantio de março está morrendo com essa seca, uma situação muito grave. Não é só seca, o problema está acentuado ainda pelo vento Nordeste que causa grande ressecamento no solo. Não sei como será a produção de cana no ano que vem. No momento, tem gado morrendo e criador comprando ração, desesperado, para tentar salvar e vendendo boi barato. Uma situação bastante complicada”, diz o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa.
De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca de Campos, Almy Junior, as ações estão sendo executadas, notadamente no que se refere a recursos hídricos com limpeza de canais e de bebedouros, com o objetivo de minimizar a seca que assola a região.
— Muitos agricultores que trabalham com a pecuária estão com dificuldade de alimentação para o gado, e este tem sido o principal problema que as prefeituras têm mais dificuldades de ajudar, notadamente para aqueles que não tiveram condições de ter uma capineira ou silagem como reserva — ressalta Almy.
Segundo ele, é preciso envidar esforços nas ações estruturantes, caso contrário, teremos sempre problemas advindos destas estiagens. “Nós pedimos que todos no estado do RJ se unam em prol da região, principalmente no que diz respeito ao projeto de lei 1.440/2019 que classifica as regiões Norte e Noroeste Fluminense como áreas de semiárido. São nove municípios do Norte e 13 do Noroeste. Que prevê a ampliação da abrangência do Benefício Garantia-Safra e institui o Fundo de Desenvolvimento Econômico do Norte e Noroeste Fluminense”, explica o secretário.
Recentemente, o G1 fez um levantamento da crise climática junto ao Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). O órgão é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por subsidiar as ações de enfrentamento às crises climáticas. Segundo o levantamento, o cenário é preocupante e o país não deve ter alívio até novembro.
Os dados sobre a seca, levantados pelo G1, cobrem o período desde 1950. inicialmente, pela série histórica a estiagem teve agravamento a partir de 1988, sendo em 2015, a seca mais severa registrada. No entanto, à época, a falta de chuva atingiu todas as regiões como, no momento, com rios secos e volumosa incidência de fogo.
Fonte: Folha 1
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